Olhando para o teto do meu quarto ouvi a voz irritante da Cindy Lauper cantando "Girls Just Wanna Have Fun".
"Por que mesmo eu coloquei a Cindy Lauper pra me despertar?" - pensei, já me levantando e encarando aquele cabelo espigado e pra cima com o qual e sempre levanto - aquele que parece mais uma bola de feno absurdamente escura.
Sabe, às vezes eu desejo profundamente que eu nunca tivesse desejado cabelo enrolado na minha vida! Sim, porque ele era liso, dai eu acho que fiz tanto que ele enrolou e agora ele é esse ninho de mafagafos que eu tento arrumar. Bom, depois de desejar que eu nunca tivesse desejado eu lembro que desejar alguma coisa já me fez ficar assim, e o que já tá cagado... Bom, melhor deixar sem desejar mais nada por um tempinho.
Ok, ok... QUEM LIGA PRO MEU CABELO? Só eu mesma, gente! (Ok, e provavelmente a Júlia - a menina que mora comigo no apartamente - que todo dia de manhã quando tromba comigo na porta do banheiro disfarça o susto que toma com uma espreguiçada)
Enfim. Desliguei aquela louca cantando bem na parte do refrão e mudei o despertador pra qualquer coisa irritante do próprio celular mesmo. Provavelmente eu nunca mais me divertiria com aquela música quando tocasse; tudo o que eu pensava pra acordar nos últimos três dias era como seria esganar a Cindy Lauper com uma gravata feia toda vez que começava o "The phone rings"
Olhei para a hora pela primeira vez aquela manhã e reparei que a Cindy já estava cantando a pelo menos uma hora e também que eu estava absolutamente atrasada. Corri, escovei os dentes de qualquer jeito, peguei a primeira roupa que achei em cima da pilha do meu quarto e corri para o carro. O Cadu ia me matar. Quer dizer, eu JÁ estava mais de meia hora atrasada... Passei no Starbucks e comprei um café e uns brownies só pra dar uma acalmada na fera.
_Muito bem, Maria Fernanda. - ele disse logo que entrou no carro com aquela acidez tão... tão... tão Cadu. - Você, além de me queimar na faculdade com tanto atraso, vai me gerar uma gastrite, uma úlcera, uma noite sem sono, sei lá o que com esse café todo!
_Ai Caduzinho, amor da minha vida, o melhor amigo do mundo, me perdoa vai! - eu disse entregando os brownies também para ele - A Cindy parou de fazer efeito!
_Também, aquela mulher pra acordar era uó, Mafe! - ele olhou dentro da embalagem que eu tinha entregue e disse: - Brownie é jogar baixo, flor!
_Eu sei... - disse, sorrindo por ter sido perdoada mais uma vez pelo meu atraso.
O Cadu é o cara mais perfeccionista que eu conheço... E perfeito também, claro: um metro e oitenta e cinco, lindo, cabelo muito escuro, olhos cor de mel, engraçado, companheiro, venenoso quando necessário e claro, como todo homem perfeito, gay.
_Querida, me conta uma coisa... Que lixo é esse que você tá vestindo? - ele perguntou, desprezando meu vestido amarrotado. - Você não tinha uma entrevista ou algo assim?
_PUTA QUE PARIU! A ENTREVISTA! - gritei, girando o volante do carro e saindo do caminho da faculdade e pegando o caminho pro shopping.
_Ai minha Santa Izildinha do Agreste, mais um dia sem faculdade! - ele disse rindo.
_Se você quiser te deixo lá, Ca... É que eu esqueci que eu tinha que comprar uma roupa nova, porque eu não tenho nada que sirva pra uma entrevista em casa, e...
_MAGINA que eu vou perder umas compras por uma aula com o Villas! Faz-me rir, Maria Antonieta.
Ah é, outra mania do Cadu é de sempre trocar o "Fernanda" do meu nome por qualquer outro nome que lhe agrade, que seja ridículo ou que apareça na história. "Maria Louca" é o que ele têm usado com mais frequência esses tempos.
_Então vambora, que hoje eu tenho que estar uma diva absoluta naquela entrevista!
~
_FILHODAPUTA,MALDITO,CORNO! - eu acho que nunca amaldiçoei tanto alguém enquanto descia do carro igual eu estava amaldiçoando aquele cara. Sério, bater no meu carro enquanto eu estava indo pra uma entrevista - e enquanto eu estava atrasada pra entrevista - era crueldade. - Você não me viu não, amigo?
_Você que parece não ter me visto! Veio voando que nem uma louca, não deu seta... Você queria que eu adivinhasse?
_Olha, eu queria que você não tivesse batido no meu carro...
_Então isso faz dois de nós.
Sai resmungando e amaldiçoando o mundo pelo acontecido e pegando o telefone, enquanto o Cadu ficava tentando me acalmar. A minha sorte é que o cara que ia me entrevistar tinha me passado um telefone para que eu avisasse caso ocorresse qualquer imprevisto. Bom, provavelmente aquilo se encaixava na parte de 'imprevistos'. Liguei uma vez e o telefone deu ocupado. Saco. Se eu não conseguisse avisar, aí sim tudo estaria perdido de uma vez. Tentei ligar mais uma vez e voltei para o lugar do acidente. O 'cara' que tinha batido em mim estava no celular também, provavelmente chamando o seguro - ou algo do estilo; dinheiro dava pra ver que ele tinha.
Meu celular tocou e por sorte (ou por destino, não sei MESMO) era o Leo (o cara que ia me entrevistar). Atendi, fazendo um sinal com a mão para o cara que tinha batido no meu carro (ele estava tentando falar comigo enquanto estava no celular)
_Alo?
_Alo? - disseram ao mesmo tempo o Léo e o cara que estava na minha frente.
_Léo, oi, eu te liguei porque aconteceu um imprevisto e eu não vou conseguir chegar, bati o carro, e...
_Maria Fernanda?
_Sim, sou eu...
Quando olhei pra frente vi que o cara que tinha batido no meu carro estava com o celular meio longe da orelha, me olhando e até quase rindo. Olhei de volta pra ele e perguntei no telefone
_Léo, você tá ai ainda?
Ele colocou o telefone de volta na orelha e disse:
_Estou bem aqui.
Se aquele era um momento tenso ou se era um momento engraçado eu não sei, mas optei por rir da situação... Quer dizer, quais eram minhas opções? Eu tinha acabado de perder meu emprego que eu nem tinha conseguido ganhar ainda! Quer dizer, me contratar? Depois de bater no carro dele? Claro, ok... Desliguei o celular e estendi a mão para ele, parando pela primeira vez para reparar em seu rosto. Ele era bonito, com olhos claros, cabelos castanhos e uma barba levemente mal-feita, mas que não aparentava desleixo, e sim estilo.
_Bom, acho que vamos nos atrasar para a entrevista.
_É, pelo jeito ela vai ter que ser adiada. - E para meu alívio ele também riu. - Que coincidência, han?
_Nossa podia ter batido em qualquer pessoa do mundo e fui bater bem em quem estava pra me dar um emprego? - eu disse, ainda rindo. - É, acho que hoje é meu dia de azar.
[continua...]
What am I looking for? You'll see... Just close your eyes and keep your mind wide open.
quinta-feira, 25 de março de 2010
Loucura instantânea!
Eu tenho e sempre tive uma mania de escrever... Muitas vezes começo histórias que não são minhas e que são ao mesmo tempo e vou escrevendo... Muitas vezes nem termino, mas eu sempre preciso escrevê-las... Então, não se assustem quando eu postar aqui algumas dessas histórias, e se assustem menos ainda quando elas não tiverem pé, cabeça, começo, meio ou fim... São só idéias de uma cabeça que não para de fervilhar nem um segundo do dia...
segunda-feira, 15 de março de 2010
Let's Play A Love Scene
We always seem to be
Sister and brotherly
It's such a lovely way to be
And I want to say
What it means to me
How I could ever be the same without you
And something more that I know
Though I never could show
How it kept right on growing
The way I know I really feel about you
The way I know I'll always fell about you
Why can't we, why can't we, why can't we try
To play a love scene
We don't need the violins to play a love scene
Where we see how love begins
If we could find a way to start
And learn to play the part
A perfect scene from a play unknown
Let's play a love scene, of our own
And I want to say what it means to me
How I could never be the same without you
And something more that I know
THough I never could show
How it kept right on growing
The way I know I really feel about you
The way I know I'll always feel about you
Why can't we, why can't we, why can't we try
To play a love scene
We don't need the violins to play a love scene
Where we see how love begins
Find a way to start and play it from the heart
A perfect scene from a play unknown
Let's play a love scene
Love scene of our own
-
E eu esqueço.
E depois eu me lembro que não dá pra esquecer.
E aí eu esqueço.
E te vejo e lembro que não dá pra esquecer.
E esqueço.
E aí eu lembro.
http://www.youtube.com/watch?v=3M26ywJwBTU&feature=related
Sister and brotherly
It's such a lovely way to be
And I want to say
What it means to me
How I could ever be the same without you
And something more that I know
Though I never could show
How it kept right on growing
The way I know I really feel about you
The way I know I'll always fell about you
Why can't we, why can't we, why can't we try
To play a love scene
We don't need the violins to play a love scene
Where we see how love begins
If we could find a way to start
And learn to play the part
A perfect scene from a play unknown
Let's play a love scene, of our own
And I want to say what it means to me
How I could never be the same without you
And something more that I know
THough I never could show
How it kept right on growing
The way I know I really feel about you
The way I know I'll always feel about you
Why can't we, why can't we, why can't we try
To play a love scene
We don't need the violins to play a love scene
Where we see how love begins
Find a way to start and play it from the heart
A perfect scene from a play unknown
Let's play a love scene
Love scene of our own
-
E eu esqueço.
E depois eu me lembro que não dá pra esquecer.
E aí eu esqueço.
E te vejo e lembro que não dá pra esquecer.
E esqueço.
E aí eu lembro.
http://www.youtube.com/watch?v=3M26ywJwBTU&feature=related
segunda-feira, 8 de março de 2010
Ah que saudade ABSURDA!
Desenterrei isso do meu fotolog (não a montagem, o texto) e me bateu uma saudade ABSURDA! i__i And so it is...
Lau diz: Putz, escrevi seu com 'L' [i.i]
Fru e Deby reagem: O.O' SUA BURRA!
Lau diz: É que o site tá fora do ar!
Fru e Deby dizem: O que?
Lau diz [enfaticamente]: O site tá FORA DO AR. [o.ô]
Fru diz: não entendi [u.u]
Lau diz [mais enfaticamente]: O Site [fazendo mímica] Está [continua com a mímica] F-O-R-A_D-O_A-R [mímica ainda]
Fru reage: 8-)
Lau diz: Site...fora...ar...Sakou?
Fru diz: Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh. [e sem rir] Mas vc fez a piada errada ¬¬
Lau diz: Não fiz não, você é que eh burra ¬¬
Fru diz: Você fez a piada errada ò.ó
Lau diz: Não fiz!
Deby diz: Q 6 tão falando?
Lau [vira pra deby e sussurra]: Site...
Deby: Han?!
Lau diz: Site.....
Deby diz: Sete?Setting?QUE?
Lau grita: SIIIIIIIIIITE
Deby diz: Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhh o.Ó
Fru diz: A Lau faz a piada e ainda faz errada ¬¬
Lau grita: EU NAO FIZ A PIADA ERRADA, VOCÊ EH Q EH BURRA!
Deby diz: Que piada?
Lau reage: ¬¬'
Fru explika: Ela disse que tava fora do ar, mas eh que deu erro na página.Faz a piada e ainda faz errado. [tsc tsc tsc]
Deby diz: Não entendi o.ó
Lau diz: A fru q eh burra.Eu disse tava fora do ar e ela que deu erro. Dá na mesma, ela q eh lerda pra entender. ¬¬
Fru diz: Não dá na mesma.
Deby diz: Dá sim u.ú
Lau bate a mão na da Deby e diz:Brigada!
Vira e diz pra Fru: Viu, sua lerda!
O que separa?
O que separa as mocinhas das vilãs da história? Quais atitudes, exatamente, acabam por decidir se vamos ser merecedoras de um final feliz ou da exclusão?
Será que as pessoas são julgadas pelo quanto são más? Pelo quanto são mesquinhas? Pelo quanto são ambiciosas? Ou elas simplesmente são julgadas por um determinado olhar de quem esta julgando?
Quer dizer... Uma característica 'ruim' exclui uma 'boa'? Ou uma característica 'boa' faz com que uma característica 'ruim' seja amenizada?
Eu sempre fico me perguntando pq às vezes eu me sinto a vilã da história, mesmo quando eu acho que não existem motivos, que eu não fiz nada de ruim...E eu sei, eu sei que eu não sou a princesa da minha história, mas eu sei e isso eu não vou esquecer: eu também não sou a vilã.
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